O PIX, as criptomoedas, os links de pagamentos e os aplicativos de cartões de crédito vieram para facilitar a vida dos usuários. Sem dúvidas, há muitos benefícios em usar esses recursos para pagar as contas e administrar o dinheiro.
Mas é preciso ter cautela. No início deste ano, foi divulgado que os bancos não serão mais obrigados a determinar um limite de valor por transação. Antes, a instituição financeira impunha um limite por transação.
Ou seja, se um cliente tem um limite de Pix de R$ 5 mil, ele poderá usar todo esse montante em uma só transação, em vez de ficar limitado a transações de até R$ 1 mil, por exemplo, o que pode ser um chamariz para os criminosos.
No entanto, à medida que o uso do PIX aumenta entre a população brasileira, em simultâneo, o número de usuários que sofrem com arrastões nas praias, furtos e roubos de smartphones durante as férias e nos períodos após as festas de final de ano também cresce.
Prova disso é que, segundo informações contabilizadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), através do Cadastro de Estações Móveis Impedidas (CEMI), o Brasil teve mais de 759 mil celulares bloqueados contra roubos e perdas até setembro de 2022, equivalendo a aproximadamente 2.781 bloqueios por dia.
Outra pesquisa que corrobora o aumento expressivo de aparelhos celulares, que possam vir a cair em mãos erradas, é a pesquisa do Departamento de Economia do Crime (Depec) da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap).
Segundo o estudo, somente na área da Avenida Paulista, em São Paulo, o crime de roubos de celulares aumentou em 150% nos quatro primeiros meses de 2022, se comparado ao ano anterior.
Por consequência, os cuidados com o celular precisam ser mais do que redobrados. Isso se justifica porque, para roubar o seu dinheiro, os criminosos não precisam mais de tecnologias avançadas para hackear os sistemas dos bancos. Basta que eles furtem o seu smartphone desbloqueado e lá estarão todas as informações que eles precisam para, em poucos segundos, “limpar” as suas contas bancárias.
Como reforçar a segurança?
Para evitar que esse tipo de crime aconteça, listamos algumas dicas para que você possa reforçar a segurança dos seus dispositivos. Confira:
1. Sempre coloque senha e códigos de bloqueio nos seus dispositivos
A primeira etapa é colocar senha no seu dispositivo. Nos modelos mais modernos há várias possibilidades de bloqueio das telas. O reconhecimento facial e de impressão digital estão entre os mais seguros, tendo em vista que essa tecnologia usa das próprias características do rosto e da biometria dos usuários para fazer o desbloqueio da tela.
Além disso, também é importante que você cadastre uma senha numérica ou sequência padrão para ativar o aparelho. Ao fazer isso, evite combinações óbvias, como a data do seu aniversário, que pode ser facilmente descoberta pelos usuários.
A ideia é que todos esses recursos dificultem o acesso dos bandidos às suas informações, caso o seu celular seja roubado. Assim, será possível apagar os dados remotamente em tempo hábil e evitar acessos indevidos às suas informações bancárias.
2. Tenha cuidado ao tirar fotos em locais perigosos
Todo mundo curte registrar os bons momentos com fotos, assim como fazer posts e stories nas redes sociais. No entanto, quando isso é feito em locais públicos, principalmente em ambientes abertos, deve-se ter muito cuidado.
No último Réveillon da praia de Copacabana, por exemplo, foram registrados arrastões, em que os bandidos levaram vários celulares e outros acessórios das pessoas que aguardavam a celebração do Ano Novo. E esse cenário, deve se repetir com a chegada do Carnaval.
3. Não deixe seus dados de cartão salvos no celular
Salvar dados de cartão de crédito em apps pode ser uma ação prática, mas que pode custar caro em caso de roubos. Isso porque, quando esses cartões estão cadastrados nos aplicativos, nem sempre é necessário inserir o código de segurança para realizar compras.
Cartões salvos na Play Store, App Store, PSN e outras lojas de conteúdo digital podem ser tudo o que um filho quer para fazer compras sem a permissão dos pais. Além disso, ter um método de pagamento guardado pode facilitar a ação de invasores: em 2011, um hacker acessou contas de 77 milhões de usuários de uma loja de videogame. Usuários que tinham cartão de crédito gravado, portanto, ficaram vulneráveis e podiam ter compras efetuadas em seu nome.
O ideal é utilizar um cartão virtual e temporário para esse tipo de aplicativo, como de alimentação e compras online.
4. Esconda aplicativos importantes
Os apps podem ser ocultados com as funções nativas do telefone ou ainda, no Android, com a ferramenta Hidder App. Com isso, é possível ocultar redes sociais e bancos digitais no smartphone e deixá-los mais seguros.
No iPhone, existe a opção de mover os apps para a biblioteca, o que torna o acesso a eles um pouco mais difícil. Em smartphones Samsung, é possível criar uma pasta segura e guardar diferentes tipos de arquivos – incluindo aplicativos. Dessa maneira, os apps ficam em locais mais reservados e não tão à vista.
5. Anote os seus dados bancários em local seguro e de fácil acesso
É importante que você não concentre todos os registros de seus dados bancários no celular. Faça uma cópia dessas informações em ambientes seguros, como em uma planilha protegida por senha.
Dessa forma, caso você perca ou tenha o celular furtado, poderá entrar em contato com o seu banco e solicitar bloqueios no acesso às contas pelo dispositivo.
Entre outras coisas, é essencial anotar o IMEI do celular. Com esse número, você pode solicitar à operadora que inutilize totalmente o aparelho, reduzindo os danos causados pelo furto.
6. Cuidado com o uso do PIX
Com as mudanças do Pix em 2023, é preciso reforçar os cuidados com esse meio de pagamento.
Afinal, os golpes cibernéticos, roubos e sequestros feitos através do sistema só crescem no país.
- Configure o menor limite possível para seu Pix noturno, deixando para fazer transações de valor mais alto durante o dia;
- Habilite a autenticação de dois fatores no seu aplicativo bancário para evitar invasões;
- Evite passar a chave Pix do seu CPF, pois isso expõe seus dados pessoais;
- Nunca faça um Pix após receber um pedido de um parente ou amigo por WhatsApp, pois a possibilidade de clonagem de conta e golpe é alta.
Além de seguir todas essas dicas, caso você seja roubado ou perca o seu celular, convém ir até uma delegacia de polícia e fazer um boletim de ocorrência. Isso é importante para auxiliar na coibição desse tipo de delito, bem como para você não ter que responder criminalmente, caso o seu aparelho seja utilizado pelos bandidos para aplicar golpes falsos em outras pessoas, por exemplo.
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