A ausência de uma cultura de gestão de riscos e crises, como um Plano de Continuidade de Negócios (PCN), é uma das maiores barreiras enfrentadas pelas organizações.
De acordo com uma pesquisa recente, divulgada pela consultoria KPMG, apenas 27% das organizações no Brasil possuem um plano estruturado, capaz de promover práticas que reestabeleçam suas operações de maneira adequada.
O estudo também constatou que 40% das empresas não responderiam ou responderiam de maneira pouco eficiente à uma situação crítica com potencial de impacto para a continuidade dos negócios.
Esse fator pode promover consequências irreversíveis aos negócios, já que algumas situações são de difícil previsão e podem se tornar frequentes.
A seguir, vamos apresentar alguns dos principais riscos que as empresas correm sem um PCN e quais os passos necessários para que ele seja implantado corretamente.
Quais são os riscos que uma empresa pode correr sem um PCN?
O Plano de Continuidade de Negócios – PCN (do inglês Business Continuity Plan – BCP) é o desenvolvimento preventivo de um conjunto de estratégias e planos de ação com o objetivo de garantir que os serviços essenciais das empresas sejam devidamente identificados e preservados após a ocorrência de um desastre.
Uma empresa que não conta com um bom PCN, fica exposta à incidentes e interrupções que podem comprometer a operação normal da organização e causar danos gravíssimos aos negócios.
O PCN oferece às empresas a capacidade de reagir adequadamente a ameaças potenciais, dentre elas: falhas sistêmicas, pandemias, terrorismo, sabotagem, catástrofes naturais, fraudes, roubos, assaltos, incêndios etc.
Isso porque ele envolve uma análise aprimorada de todos os riscos que possam afetar a empresa, além de vulnerabilidades da organização, a probabilidade de incidentes acontecerem e quais impactos eles podem causar.
Acidentes cibernéticos
No caso de acidentes cibernéticos, por exemplo, dados importantes da empresa podem ser roubados e causar interrupções nas operações, impactando diretamente os negócios. Ao analisar o risco, a empresa pode providenciar melhores soluções de segurança de rede com autenticação para evitar violações e invasões.
Catástrofes naturais
Os incidentes causados pela natureza podem gerar impactos gravíssimos a todas as operações das empresas. Enchentes e incêndios, por exemplo, podem destruir instalações físicas. Para evitar que dados sejam perdidos, é possível se prevenir com armazenamento em nuvem e backups regulares.
Falhas no sistema
Uma falha inesperada no sistema pode reduzir a produtividade e comprometer as operações por um determinado período. Por isso, é importante avaliar e prepara a equipe e seus processos para agir em uma interrupção abrupta.
Especificamente para a área de TI, o PCN precisa contar com um Plano de Recuperação de Desastre (PRD), ou Disaster Recovery Plan (DRP). O objetivo do PRD é descrever os procedimentos para a identificação, tomada de decisão e ações a serem executadas, de forma a minimizar perdas e garantir a continuidade das funções tecnológicas críticas do negócio após um desastre. Deve ser bem documentado, testado, avaliado periodicamente e melhorado ao longo do tempo, buscando fazer uso das melhores práticas nesta disciplina.
Assim, como parte do PCN, o PRD deve descrever os procedimentos para a identificação, tomada de decisão e ações a serem executadas para a retomada da operação da TI e ao suporte do negócio.
Benefícios do PCN
O PCN pode oferecer diversos benefícios para a organização. Confira alguns dos principais:
- Identificar processos críticos da empresa;
- Obter agilidade e eficiência para reagir a interrupções de operações;
- Diminuir prejuízos financeiros e de imagem;
Como criar um PCN?
Cada empresa deve discutir e montar seu modelo de PCN de acordo com suas características e necessidades. Confira, a seguir, alguns passos para criá-lo.
Defina seus objetivos
Um PCN deve ter seu propósito claramente definido, incluindo também funções específicas de negócio que devem ser priorizadas para a recuperação durante uma emergência.
É importante identificar os pontos críticos do negócio, contar com ferramentas e tecnologias para enfrentar os incidentes caso aconteçam, e garantir que as operações voltem à normalidade o mais rápido possível.
Analise os riscos e como eles podem impactar os negócios
O PCN deve incluir possíveis riscos relacionados a funções operacionais essenciais que afetariam em grande escala a continuidade dos negócios e dos clientes. Isso também envolve a magnitude do risco para cada função, o que ajudará o comitê do PCN a decidir sobre ações preventivas apropriadas.
Colete informações sobre os tipos de ameaças e vulnerabilidades da sua empresa, associe cada possível incidente com seus efeitos, classifique-os de acordo com sua gravidade, e crie estratégias para lidar com cada um deles.
Tenha uma estratégia de recuperação
A estratégia de recuperação do PCN deve descrever todos os procedimentos relevantes para restabelecer as operações comerciais depois de um incidente ou crise. Devem ser estabelecidas diretrizes, como a operação de programas de backup e servidores alternativos para ajudar a salvar solicitações dos clientes, respostas aos clientes em tempo hábil, entre outros.
Uma boa estratégia de recuperação, inclui um cronograma de recuperação realista e recursos de emergência essenciais.
Defina as funções e responsabilidades de cada membro da empresa
O PCN deve especificar o pessoal-chave e suas tarefas atribuídas durante ou depois de um incidente. Cada membro da empresa deve possuir um conjunto exclusivo de responsabilidades para implementar com sucesso o PCN para cada função de negócio.
Além disso, o PCN deve estar sempre atualizado e todos os membros da equipe devem ter conhecimento da versão mais recente do plano.
Os gestores podem realizar simulações de incidentes e revisões do plano com frequência para garantir que todos estejam preparados.
PCN é estratégico para a segurança das organizações
O PCN é um mecanismo de prevenção fundamental contra incidentes para todas as organizações. Com ele, as empresas estão preparadas para minimizar impactos em seus negócios em caso de uma crise, e podem evitar que situações adversas comprometam a operação organizacional.
Para que ele seja efetivo, é preciso realizar uma análise aprimorada dos riscos e criar um plano de ação estratégico.
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