Mais de 60% das fraudes começam com credenciais legítimas. Descubra por que a identidade precisa ser validada como processo contínuo e não como evento único.
A arquitetura de segurança tradicional foi desenhada para proteger perímetros físicos. Hoje, esses perímetros não existem mais. Aplicações estão distribuídas em ambientes multicloud, o trabalho é remoto ou híbrido, e os acessos ocorrem de diferentes dispositivos, localizações e redes.
Nesse novo modelo, a identidade digital se tornou o principal elo entre usuários, sistemas e dados e, ao mesmo tempo, o vetor de risco mais negligenciado. Não é difícil entender por quê. A maior parte dos ataques modernos não começa com uma exploração técnica sofisticada, mas com credenciais legítimas sendo usadas de forma indevida.
Dados do Future of Global Identity Verification Report mostram que:
- 69% das organizações viram aumentar as tentativas de fraude por identidade
- 20% das grandes empresas já enfrentam perdas anuais acima de US$ 50 milhões relacionadas a esse tipo de violação
Acesso autorizado não significa acesso seguro, principalmente quando a autenticação é tratada como evento pontual, e não como processo contínuo de validação. A identidade, hoje, é mais do que um login. Ela é a base para decisões de privilégio, segmentação de acesso, controle de risco e resposta a incidentes. Validar, proteger e monitorar identidades é o ponto de partida de qualquer estratégia de segurança baseada em Zero Trust.
Este artigo explora os riscos associados à má gestão de identidade, os limites do modelo tradicional de autenticação, e o papel das soluções de proofing, verificação contínua e governança inteligente para sustentar segurança, conformidade e continuidade operacional.
Acesso autorizado. Mas quem está por trás dele?
A maior parte dos incidentes modernos não começa com um ataque sofisticado. Começa com uma credencial (às vezes legítima, às vezes vazada, às vezes comprada por centavos na dark web), que permite que atacantes se passem por usuários legítimos. E as ferramentas tradicionais de segurança acabam não disparando alertas, porque não reconhecem a ação como anômala.
O atacante não força a entrada. Ele entra com autorização. E a partir desse momento, a empresa opera sob falsa normalidade, até que os danos se revelem, muitas vezes tarde demais.
Essas falhas acontecem porque a identidade digital ainda é tratada como um ponto de autenticação, e não como um fluxo contínuo de validação. O usuário é verificado no início da sessão e, a partir daí, opera com confiança plena, independentemente de mudanças no comportamento, local de acesso, tempo de atividade ou tipo de recurso acessado.
Esse modelo pode ter funcionado no passado, mas é completamente insuficiente frente ao volume e à sofisticação dos riscos atuais. Sessões longas, privilégios excessivos, revalidações ausentes e a ausência de análise de contexto transformam a identidade em um canal silencioso de ataque.
Quantas autenticações sua empresa processa por dia? Quantas delas você realmente sabe de onde vieram — e de quem vieram?
Proofing, verificação contínua e o papel da identidade como camada de decisão
Por mais comum que seja, o modelo baseado apenas em usuário e senha está falido. Mais da metade (51%) das empresas que usam esse método relatam aumento de fraudes. Em contraste, empresas que adotam biometria com verificação de liveness enfrentam bem menos tentativas (21%).
Uma estratégia moderna de identidade parte de dois fundamentos complementares: proofing e verificação contínua. O primeiro diz respeito à validação inicial: garantir que, no momento do onboarding, a pessoa ou entidade seja de fato quem afirma ser.
Isso envolve validação documental, biometria ativa, cruzamento com bases de dados confiáveis e análise antifraude. É o que estabelece o primeiro nível de confiança.
Mas esse nível não se sustenta sem a segunda camada: a verificação contínua. A identidade precisa ser observada de forma dinâmica ao longo de todo o seu ciclo de vida.
Isso significa monitorar contexto de uso, comportamento, dispositivo, geolocalização, escopo de acesso e perfil de risco e aplicar revalidações sempre que algum desses fatores mudar. Não basta saber que o acesso foi autorizado. É preciso garantir que ele continue válido, coerente e seguro.
Zero Trust: a identidade como centro da arquitetura de segurança
No modelo Zero Trust, nada nem ninguém são confiáveis por padrão . A identidade não é apenas um requisito de entrada, ela é a chave para aplicar regras dinâmicas, contextuais e adaptáveis.
Na prática, isso significa:
- Bloqueio automático de acessos fora do padrão
- Reautenticação em ações críticas ou suspeitas
- Restrição por horário, geolocalização ou dispositivo
- Isolamento de sessões com desvio comportamental
- Acesso mínimo necessário (least privilege) e temporário
Zero Trust não funciona sem identidade forte. E identidade forte não se constrói com autenticação básica.
Proteger identidade não é questão de continuidade de negócios
Fraude de identidade não é só vazamento de dados. É perda de controle. É exposição. É paralisia. Quando um atacante se passa por um usuário legítimo, as barreiras internas não disparam alertas, elas abrem portas. Os impactos reais incluem:
- Acesso a dados confidenciais com credenciais reais
- Movimentações laterais silenciosas
- Escalonamento de privilégios
- Injeção de código em ambientes sensíveis
- Violações regulatórias (LGPD, GDPR, HIPAA, KYC, AML)
E o mais perigoso: perda de confiança de clientes, investidores e órgãos reguladores. Em outras palavras, falha de identidade é falha estratégica.
A ISH estrutura segurança com base em identidade
A ISH entende que proteger a identidade é proteger a operação. Por isso, nossas soluções são pensadas para integrar segurança, conformidade, desempenho e controle, com a identidade no centro da estratégia.
Atuamos na construção de estruturas de identidade maduras, escaláveis e conectadas ao modelo de Zero Trust, com foco em ambientes de missão crítica e alta regulação.
Se a identidade digital é a nova superfície de ataque, ela também precisa ser a primeira camada de defesa.
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