Como o acesso de terceiros ao seu ambiente pode derrubar a sua empresa

Integrações desprotegidas, credenciais expostas e falta de MFA transformam fornecedores em vetores críticos de ataque.

Sua empresa pode contar com firewalls de última geração, criptografia avançada, um time de resposta a incidentes bem treinado e detecção de ameaças baseada em IA. Mas nada disso é suficiente se um fornecedor acessa sua rede com credenciais privilegiadas, por uma VPN desatualizada, sem autenticação multifator e sem qualquer tipo de rastreabilidade ativa.

A superfície de ataque não se limita mais ao que acontece só “dentro de casa”. O risco agora vem de fora e é silencioso, distribuído e potencialmente devastador.

De acordo com o Data Breach Investigations Report 2025, 30% das violações de dados estão ligadas a terceiros e 98% das organizações possuem relações ativas com pelo menos um parceiro já comprometido por ataques cibernéticos.

Isso significa que sua empresa pode já estar exposta, sem saber. E que as decisões sobre cibersegurança não podem mais se limitar àquilo que você gerencia diretamente.

O elo mais fraco é o vetor preferencial dos ataques modernos

É cada vez mais comum que cibercriminosos explorem vulnerabilidades em fornecedores, parceiros ou prestadores de serviço como porta de entrada para organizações maiores.

Casos como o da Change Healthcare, que sofreu um ataque via terceiro e impactou o sistema de saúde dos Estados Unidos, ou o da Snowflake, onde credenciais comprometidas de um colaborador desencadearam uma violação que afetou mais de 165 empresas, mostram que a ameaça é real, escalável e sistêmica.

Esses incidentes não são exceção. Eles são o novo normal em um ecossistema digital baseado em integrações, compartilhamento de dados e confiança distribuída.

Cada fornecedor negligente, cada API aberta sem controle e cada acesso remoto mal gerenciado, representa um elo enfraquecido que compromete toda a cadeia de valor.

O modelo tradicional de gestão de risco de terceiros está obsoleto

A maioria das empresas ainda adota um modelo de avaliação pontual: checklists de segurança no onboarding, cláusulas contratuais de boas práticas e revisões anuais com base em questionários de compliance.

Essa abordagem pode ter funcionado quando as conexões com prestadores de serviços ou fornecedores eram pontuais e periféricas. Mas hoje, com cadeias digitais hiperconectadas, isso equivale a medir a temperatura de um incêndio com um termômetro quebrado.

A realidade é que, enquanto as ameaças evoluem em tempo real, as avaliações periódicas tornam-se rapidamente obsoletas. Você não aceitaria um SOC que só detecta um ataque meses depois.

Por que aceitar que seu parceiro te avise sobre uma falha grave só na próxima reunião de revisão? Pontos cegos como esse são uma vulnerabilidade estrutural, não uma falha pontual.

De credenciais privilegiadas a integrações desatentas: o arsenal invisível dos invasores

Boa parte das violações por terceiros em 2025 envolveu falhas comuns e evitáveis: acesso remoto irrestrito, uso de VPNs desprotegidas, credenciais privilegiadas sem limitação de escopo ou tempo, ausência de autenticação multifator, phishing direcionado a prestadores de serviço e integrações negligenciadas em ambientes de missão crítica.

É nesse terreno fértil que os atacantes prosperam. Muitas dessas permissões, no entanto, são concedidas sem questionamento em nome da produtividade, da agilidade ou da “facilidade de integração”.

O problema é que cada exceção operacional pode virar uma porta aberta para um ataque estratégico. E quando isso acontece, os minutos de conveniência custam milhões em danos.

Mudança de mentalidade: da segurança pontual a governança

O caminho para mitigar riscos ligados a fornecedores, parceiros e/ou prestadores de serviços  não está em reforçar processos antigos, mas em adotar uma nova arquitetura de controle, fundamentada em três eixos:

  1. Avaliação baseada em risco e criticidade: Avaliar fornecedores não pode ser tarefa genérica. É preciso cruzar nível de acesso, sensibilidade dos dados manuseados e impacto potencial em caso de incidente. Essa matriz deve orientar o grau de rigor no onboarding, no monitoramento e nas renovações contratuais.
  2. Monitoramento contínuo e em tempo real: A ameaça é dinâmica. A resposta também precisa ser. Organizações maduras já integram parceiros ao seu ambiente de detecção e resposta (SIEM, SOAR, SOC), com alertas automatizados e análise comportamental aplicada a conexões externas.
  3. Governança de acesso delegada e contextual: Nada de “acesso full” para técnicos externos ou credenciais compartilhadas. O futuro exige acesso por tempo limitado, escopo mínimo necessário, autenticação forte e trilha de auditoria automatizada.

Confiança não pode ser estática, deve ser adaptativa.

A tecnologia está pronta. A estratégia precisa acompanhar.

Avanços em inteligência artificial e automação já permitem mapear comportamento de terceiros, identificar sinais precoces de comprometimento e coletar inteligência em múltiplas fontes — de vídeos e áudios a posts em fóruns obscuros. Mas sem estratégia, todos esses recursos não se convertem em resultados.

Com restrições orçamentárias em órgãos como a CISA ( Agência de Segurança de Cibersegurança e Infraestrutura), a responsabilidade por identificar e mitigar ameaças emergentes agora recai diretamente sobre os CISOs. A tecnologia é um multiplicador de força, mas a liderança precisa definir o rumo com base em risco real, e não em conveniência política ou legado processual.

Além disso, CISOs precisam sair da trincheira técnica e assumir um papel tático, colaborando com áreas de negócio para mapear dependências externas, quantificar o impacto de falhas na cadeia de fornecedores, criar planos de continuidade integrados e mensurar a efetividade das ações com métricas como tempo médio de resposta e prejuízo evitado.

Segurança deixou de ser sobre blindar sistemas.  Agora é sobre manter o negócio vivo em meio ao caos.

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Na ISH, entregamos soluções de segurança que tratam risco de terceiros como ele realmente é: um vetor crítico de ataque que precisa de monitoramento constante, controle rigoroso e inteligência aplicada.

Com ferramentas para gestão de acessos delegados, monitoramento em tempo real, auditoria contínua e integração completa com seu SOC, ajudamos sua organização a sair do reativo e migrar para uma postura proativa e resiliente.

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