À medida que as crianças estão cada vez mais conectadas e possuem fácil acesso a aparelhos eletrônicos, como tablets, celulares e computadores, elas se tornam também uma porta de entrada para os cibercriminosos, que se aproveitam da vulnerabilidade e ingenuidade infantil para solicitar senhas e enviar links maliciosos para que as crianças cliquem e contaminem os dispositivos.
Recentemente, o Mantis, plataforma de Digital Risk Protection da ISH Tech, alertou que hackers têm se aproveitado para obter vantagens em jogos eletrônicos para disseminar trojans stealers, que roubam os dados dos usuários.
Por isso, é preciso conhecer e entender como evitar essas ameaças para tornar a experiência “virtual” segura e positiva para as crianças.
Crianças são alvos fáceis de cibercriminosos
Com o objetivo de levar vantagem sobre outros jogadores, usuários de games como League ofLegends, Valorant, Counter Strike, Dota 2, Apex Legends, PUBG e Lost Ark, entre outros, buscam vídeos no YouTube para aprender truques sobre o jogo.
De acordo com Leonardo Camata, especialista em cibersegurança, em entrevista para a Band News, alguns vídeos oferecem a possibilidade de baixar códigos para trapacear no jogo, prática conhecida como Cheat. Após ser baixado, o que parecia ser um código de Cheat, na realidade, se apresenta como um malware, que se instala e busca dados confidenciais, como senhas, número de cartões de crédito, cookies de sessão para fazer login em contas sem senha, chaves de carteira de criptomoedas e até histórico de conversas em chats.
Em meados de agosto, o Mantis identificou 645 vídeos postados no YouTube sobre os jogos mencionados. Tais vídeos contêm em sua descrição links para download de falsos Cheats, que na verdade são programas desenhados para furtar informações confidenciais. Estes vídeos somados chegaram a ter mais de 226 mil visualizações no período.
A má notícia não é apenas para as crianças e adolescentes. A equipe do Mantis identificou muitos casos em que filhos de colaboradores de diversas empresas acabaram caindo no golpe e comprometendo informações das companhias em que os pais trabalham. Isso é confirmado quando as informações são vendidas, sendo fácil identificar o domínio corporativo do usuário que teve as credenciais vazadas, e, também, observando que os sistemas operacionais normalmente são corporativos.
Filhos sem monitoramento
Uma nova pesquisa revelou que 42% dos brasileiros dizem que confiam em seus filhos menores de 18 anos para navegar na Internet sem monitoramento. Porém, quase três quartos dos pais entrevistados (74%) relatam que seus filhos já participaram de atividades online perigosas sem permissão.
A pesquisa, que contou com o relato de mais de 1 mil brasileiros com mais de 18 anos, descobriu que 78% dos adultos acreditam que as crianças são mais propensas a fornecer informações pessoais de seus familiares online. Além disso, 33% dos entrevistados disseram que seus filhos já usaram dispositivos dos pais e clicaram em um link suspeito; 43% entraram em contato com alguém sem querer; 18% acessaram conteúdos adultos ou impróprios para a idade; e 17% fizeram uma compra não autorizada.
As táticas de cibercriminosos e pessoas mal-intencionadas na Internet estão se tornando cada vez mais sofisticadas e, por isso, 82% dos brasileiros acreditam que é difícil para os pais manterem as crianças seguras quando estão online, enquanto 93% concordam que agora é mais importante do que nunca conversar com os filhos sobre segurança cibernética.
Além de golpes e malwares, as crianças estão expostas a outros tipos de ameaças, como Cyberbullying; exposição a conteúdos impróprios, principalmente de cunho sexual; e abusos sexuais, com pedófilos tentando convencer crianças a enviar fotos e vídeos ou até marcar encontros.
Veja 5 dicas de proteção
Home office: não deixe os filhos usarem, para diversão, o smartphone ou computador que você usa para acessar a rede corporativa. As chances de eles baixarem um malware são bem maiores e os hackers poderão ter acesso ao aplicativo do banco e até acesso à rede e dados da empresa. O ideal é que eles tenham seus próprios dispositivos e, de preferência, o tablet infantil, que permite o acesso a conteúdos voltados apenas para crianças.
Instale antivírus: há versões gratuitas disponíveis, que oferecem uma proteção básica, mas as versões pagas possuem mais recursos e são mais eficientes. Muitas dessas versões pagas oferecem Controle Parental, que bloqueia sites inapropriados, barram arquivos maliciosos e até controlam o tempo de navegação da criança na Internet.
Ative o Controle Parental: sites de buscas (como o Google), sistemas operacionais (de PC ou smartphone) e lojas de aplicativos permitem definir filtros ou restringir acesso a sites a programas impróprios para crianças. Também impedem troca de senhas e mostram o histórico de atividades, como sites visitados e aplicativos usados.
Converse com seus filhos: explique a importância de manter a privacidade e as informações pessoais e da família. Oriente-os para selecionar o círculo de amigos nas redes sociais e a não aceitar pessoas desconhecidas ou não muito próximas. Explique também que eles não devem clicar em qualquer link que recebem, pois pode ser um arquivo malicioso.
Cuidado com a senha: usar boas senhas vale tanto para os pais quanto para os filhos. O ideal são senhas longas, com números e caracteres especiais, difíceis de serem adivinhadas. Oriente seus filhos a saírem das contas de acesso quando usarem computadores de outras pessoas ou de uso coletivo, como bibliotecas e escolas.
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